Durante sua viagem à Argentina nesta quinta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) posou para fotos segurando um cartaz com a frase “Cristina Livre”, mote que reivindica liberdade para a ex-presidente do país, Cristina Kirchner, condenada por corrupção.
A foto foi registrada durante encontro do presidente com o escultor argentino e ganhador do prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Pérez Esquivel. Na imagem, é possível ver o chanceler brasileiro Mauro Vieira ao lado de Lula, além do deputado argentino Eduardo Valdés.
O parlamentar segurava um cartaz com a inscrição “Lula livre”, palavras de ordem usadas pela esquerda para pedir a soltura do petista, que também já foi condenado no Brasil por corrupção, mas teve os processos anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A captura da foto ocorreu após o próprio Lula visitar Cristina Kirchner em sua residência, em Buenos Aires, onde a líder argentina cumpre prisão domiciliar. No X, o chefe do Planalto se manifestou sobre o encontro com Kirchner.
– Além de prestar minha solidariedade a ela por tudo que tem vivido, desejei toda a força para seguir lutando com a mesma firmeza que tem sido a marca de sua trajetória na vida e na política. Pude sentir nas ruas o apoio popular que ela tem recebido e sei bem o quanto é importante esse reconhecimento nos momentos mais difíceis. Que fique bem e siga firme na sua luta por justiça – disse o líder brasileiro.
Lula afirma acreditar na inocência da ex-presidente, que foi condenada a seis anos de prisão e inelegibilidade vitalícia. Ela é acusada de chefiar uma organização criminosa e conduzir uma administração fraudulenta por 12 anos. De acordo com a Justiça, a ex-presidente favorecia o empresário e dono de empreiteira Lázaro Baéz, que venceu 51 licitações de obras públicas. Grande parte dessas obras foi considerada superfaturada e nunca foram concluídas.
Kirchner, por sua vez, alega ser vítima de perseguição política. Após a visita de Lula, ela se comparou com o amigo e afirmou estar em prisão domiciliar em razão de um Poder Judiciário que se converteu em um partido político.
– Hoje recebemos em minha casa o camarada Lula, onde me encontrou em prisão domiciliar por decisão de um Poder Judiciário que há muito deixou de ocultar sua subordinação política e se tornou um partido político a serviço do poder econômico. Lula também foi perseguido, usaram a guerra jurídica contra ele, chegando a prendê-lo, e tentaram silenciá-lo. Não conseguiram. Ele voltou com o voto do povo brasileiro e de cabeça erguida. Por isso, hoje, sua visita foi muito mais que um gesto pessoal: foi um ato político de solidariedade – adicionou.