O anúncio de Donald Trump, presidente dos EUA, de impor uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras – com vigor a partir de 1º de agosto, desencadeou apreensão imediata no Espírito Santo. O Estado, que teve 33,9% de suas exportações destinadas aos EUA entre janeiro e junho deste ano, vê seus setores mais expressivos sob pressão.
Siderurgia:
Em 2024, o ES exportou US$ 1,8 bilhão em produtos de aço, sendo US$ 1,14 bilhão, 63%, para os EUA. A ArcelorMittal Tubarão, principal produtora local, enfrenta queda de demanda mesmo com tarifa de 25%, que agora dobra, tornando qualquer previsão incerta.
Mercado
A Findes classificou a medida de “arbitrária”, lamentando o rompimento com os princípios do comércio internacional e ressaltando a alta integração da economia capixaba com o exterior. Já a CNI alerta que cerca de 10 mil empresas exportadoras brasileiras, muitas capixabas, poderão perder competitividade; prevê ainda que milhares de empregos estejam ameaçados.
Apesar da preocupação, a Findes observa que contratos vigentes podem sustentar remessas no curto prazo e há previsão de redirecionamento para outros mercados como Europa ou China em médio prazo . Estratégias como esteira de diversificação de mercados e esforços diplomáticos estão sendo priorizadas.
Curto prazo:
Alguns importadores americanos podem suspender embarques gerando penalidades contratuais, enquanto antigos contratos ainda dão suporte às remessas.
Contratos firmes podem sustentar exportações, embora haja cuidado com cumprimento e logística.
Médio e longo prazo:
Redirecionamento para mercados alternativos, como União Europeia (via Mercosul‑UE) e Ásia.
Investimentos internos: optar por destinar produtos ao consumo doméstico, adicionando valor local, estratégia já discutida na ES .
Diplomacia ativa: governo federal e entidades setoriais articulam negociação junto aos EUA e via OMC .
Em resumo: A tarifa de 50% decretada por Trump é um choque severo ao Espírito Santo: afeta diretamente os pilares da indústria, pode gerar redução de empregos e impacto econômico de porte, especialmente a curto prazo. Ainda que haja esperança em contratos vigentes e novas fronteiras comerciais, a incerteza reina, e a resposta local passa por coordenação entre setor produtivo, governo e diplomacia para evitar retrocessos em industrialização e trade regional.