Um embate entre os deputados estaduais Alcântaro Filho (Republicanos) e Dary Pagung (PSB) agitou o plenário da Assembleia Legislativa nesta semana. Durante sessão, Alcântaro fez duras críticas ao governo do Estado, cobrando melhorias na manutenção das rodovias que cortam o município de Aracruz, com destaque para a ES-124, que liga Aracruz a Guaraná, e o trecho entre Aracruz e Coqueiral.
Dary Pagung, ex-líder do governo na Casa, saiu em defesa do Executivo, minimizando a fala do colega ao afirmar que Alcântaro estaria reclamando de “um buraco na via”, algo pequeno diante dos investimentos realizados pelo governo na região.
A declaração provocou reação imediata. Alcântaro pediu a palavra novamente e rebateu com firmeza:
— Quero avisar ao deputado Dary, que está defendendo o governo, que fomos eleitos para defender o povo. Ele acha que é só um buraco porque não conhece a cidade e, provavelmente, foi à festa de carona no helicóptero do governador. Por isso, não viu a real situação das rodovias. Faço aqui o convite para irmos juntos conferir de perto.
Apesar da troca de farpas, o debate não passou disso. Ambos mantiveram suas posições com respeito, mantendo a boa relação que têm no parlamento.
O atual líder do governo, deputado Vandinho Leite (PSDB), conhecido pela proximidade com Alcântaro Filho, preferiu não se manifestar. Nos bastidores, comenta-se que o silêncio pode ser reflexo do conhecimento mais aprofundado da situação precária das rodovias em Aracruz.
O deputado federal Da Vitória (PP) tem demonstrado habilidade rara na política capixaba: transita com naturalidade entre diferentes espectros e lideranças. Em um mesmo dia, ele consegue estar à mesa com o governador Renato Casagrande (PSB) e, pouco depois, ao lado do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos).
Além disso, faz questão de registrar os encontros em suas redes sociais, sempre com postura cordial. A diplomacia não é recente: no Carnaval de Vitória, publicou stories abraçando tanto Casagrande quanto Pazolini.
Sua atuação equilibrada o levou, mais uma vez, à liderança da bancada federal capixaba em Brasília, mesmo em meio a nomes de linhas ideológicas distintas como os senadores Magno Malta (PL) e Fabiano Contarato (PT), além dos deputados Helder Salomão (PT) e Gilvan da Federal (PL – atualmente suspenso).
Nos bastidores, Da Vitória é cotado como possível nome para disputar uma das vagas ao Senado. Mas o caminho promete ser disputado.
Em Colatina, Da Vitória apoiou Guerino Balestrassi (MDB) e chegou a indicar o vice da chapa. No entanto, hoje é frequentemente visto ao lado do atual prefeito Renzo Vasconcelos (PSD), funcionando como elo entre a administração municipal e o Palácio Anchieta.
Em Vitória, a aproximação com a gestão de Pazolini também é evidente. A vice-prefeita da capital, Cris Samorini, é do PP, mesmo partido de Da Vitória. Nos bastidores, fala-se que ela pode assumir a prefeitura nos dois últimos anos do mandato, caso Pazolini dispute o governo do Estado, cenário apontado como possível por pesquisas recentes.
Com a proximidade das eleições de 2026, o tradicional Leilão Solidário transformou-se em uma verdadeira vitrine para políticos e pré-candidatos. O evento reuniu lideranças de diversos partidos, em clima descontraído, com abraços, fotos e sorrisos estrategicamente calculados.
Entre uma conversa e outra, discursos velados, promessas e articulações surgiram entre copos de cerveja, refrigerantes e petiscos. Apesar da disputa disfarçada, os organizadores mantiveram o tom de imparcialidade, registrando fotos com representantes de todas as correntes.
Estiveram presentes nomes de peso da política capixaba: o governador Renato Casagrande (PSB), o vice Ricardo Ferraço (MDB), o prefeito de Vitória Lorenzo Pazolini (Republicanos), os deputados federais Da Vitória (PP) e Evair de Melo (PP), além dos estaduais Alcântaro Filho (Republicanos), Dary Pagung (PSB) e Serginho Menegueli (Republicanos). Prefeitos e vereadores de diversas regiões também marcaram presença.